A Fortaleza do Firmamento se abriu, e os homens que lhe faziam o cerco estacaram, incertos. O que eles esperavam era arrasar as muralhas da fortaleza logo ao cair da noite; porém, misteriosamente, os portões foram abertos.
Era uma muralha de arame-farpado dourado, massiva, reluzindo às cores invasivas do meio-dia. Alguns dos mais afoitos, sem esperar a ordem dos generais, investiram contra os portões escancarados. A nuvem de poeira se ergueu, o tropel foi ensurdecedor, e as trombetas de guerra soaram: uma vez na investida, o Povo Invasor não mais se detinha.
Não se detinha, não se deteve, e nunca mais precisou se deter de novo. As hordas continuaram a invadir a Cidade, e a invadir, a invadir, presas no próprio impulso, e aquele movimento provou-se um meio-dia eterno, a Fortaleza do Firmamento era uma miragem na tessitura do tempo, uma ondulação do calor alucinatório tornada sólida, uma armadilha, uma cilada, um Cavalo de Tróia às avessas.
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM
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ILUSTRAÇÕES, IMAGENS, AUTORES E FONTES
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3D de Fabricio Moraes
http://www.zupi.com.br/index.php/site_zupi/view/top_50_3d/
Interessante, certa vez escrevi uma estória assim inspirada num filme, onde um feiticeiro, prometendo um exército numero ao seu rei, permitiu que os soldados adversários passassem pela muralha do castelo. A guerra fora sangrenta e muitos morreram, então astutamente o feiticeiro (necromante) deu o exército que seu rei queria.
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